2023

Prefeitura Municipal de Rodelas

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Última atualização:
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Prefeitura Municipal de
Rodelas



Visão Geral


Visão Geral

Bandeira Bandeira do Município
Brasão Brasão do Município
  • Aniversário: 31 de julho
  • Fundação: 31 de julho de 1962
  • Padroeiro (a):São João Batista
  • Gentílio:Rodelense
  • Cep: 48630-000
  • População: 11789 (estimativa)
  • Prefeito (a): (PCdoB)
    2021 - 2024

Geografia

Rodelas é um município brasileiro do estado da Bahia.

Está localizado no norte da Bahia, às margens do rio São Francisco. Limita-se com os municípios de Paulo Afonso, Glória, Macururé, Chorrochó e Jeremoabo (na Bahia), e com os municípios de Floresta, Belém do São Francisco, Itacuruba e Petrolândia (em Pernambuco).

Possui uma área de 2.575.088 Km2.

História

HISTÓRICO
O município de Rodelas nos primórdios da colonização do Brasil fazia parte da rotas migratória dos índios (nômades) que partiam do Estado do Piauí e finalizavam a caminhada na região Zorobabel (Município de Rodelas).
A colonização do Município data do século XVI, com a chegada da missão francesa (frades capuchinhos) no Rio São Francisco. É datado também dessa época, a presença da Tribo Tuxá, já permanentemente vivendo na região, onde se encontrava a velha cidade de Rodelas.

Logo após a chegada dos frades Capuchinhos, o Município de Rodelas, parte integrante da Casa Torres D’ Ávila, começa a receber os brancos colonizadores e negros fugitivos, principalmente da Zona da Mata de Pernambuco, que começaram o povoamento em torno da pequena capela construída pelos frades.

ORIGEM DO NOME DO MUNICÍPIO DE RODELAS
(As Versões. O Índio Francisco Rodela)


Registra Nelson Barbalho, que "o vocábulo rodela provém - Cronologia Pernambucana - do formato de um escudo circular usado pelos tapuias como arma de guerra.

Segundo Ariston de Souza Ferraz, ele escreve, foi a forma material desse instrumento bélico, semelhante a uma pequena roda - rodela -, que deu o nome a um dos mais valorosos combatentes da tribo - o índio Francisco. Ao prenome Francisco foi acrescentado o nome “Rodela”, passando a chamar-se Francisco Rodela. Mas, como a tribo era substantivo coletivo, continua, a expressão começou a ser usada no plural e, assim, o índio guerreiro ficou sendo chamado Francisco Rodelas, cujo nome foi cantado em prosa e verso, por sua bravura no comando de uma centúria tapuia, no Terço de Antônio Felipe Camarão, durante a guerra holandesa. E a região em que dominavam aqueles indígenas, finaliza, recebeu o topônimo de Sertão de Rodelas. Quem habita a região de Rodelas é “rodeleiro".

Segundo Serafim Leite e Barbosa Lima Sobrinho em 1639, o índio Rodela destacava-se na luta contra o invasor flamengo, à frente de 200 combatentes de sua tribo. Em uma oportunidade matara 80 combatentes holandeses, pondo as tropas inimigas para fora da região são-franciscana de Alagoas. Saiu herói dessas lutas. Certamente ainda não recebera, no batismo, o nome de Francisco, uma vez que a referência nominal limitava-se a - índio Rodela, no singular. Não se diz por que tinha ou recebera esse nome.

Veio, em 1646, o requerimento de uma sesmaria nas recém descobertas terras dos índios chamados rodelas. Já aí o nome estaria assim generalizado para a nação ou seria implantado agora? Aplicado à comunidade indígena, creio que é a primeira vez que aparece em documento. Os índios se revelaram amigos dos descobridores e o nome ficou - aldeias dos rodelas, que eram muitas, dizia o papel.

Quanto à origem do nome RODELA, que viria de rodela - arma de guerra dos tapuias, pode ser isso, mas é sempre bom lembrar que até onde sei em nenhum momento a crônica do índio Rodela na guerra holandesa (quando ele se fez conhecido e foi assim chamado), registrou esse fato nem disse dessa arma. Não alcancei a obra de Souza Ferraz nem sei a fonte que o levou a afirmativa, Barbalho não a menciona. Em história não se acolhe a conjectura, portanto havemos de ter por válida a informação.

Vale, entretanto, oferecer essa outra versão, de Barbosa Lima Sobrinho: os índios rodelas eram assim chamados "porque usavam um tipo de escudo redondo ou por causa de um disco de madeira que colocavam nos lábios como ornamento". Falta convicção ao autor, sobre a verdadeira razão do nome - arma ou ornamento. Há de inscrever-se, também, a tradição local, pelo menos a título de curiosidade: O nome rodelas, vem do costume que tinham os indígenas dessa tribo, de usarem a rótula do joelho do inimigo morto em combate, pendente do pescoço como troféu de guerra. E no caso, a tradição se robustece no fato de ainda hoje chamar-se, em Rodelas, de "rodela do joelho", à rótula - osso móvel da articulação.

Na verdade, a origem do nome perdeu-se no tempo. Até onde conheço, surgiu aí, com o cacique Rodela chefiando seus 200 guerreiros na luta pela integridade portuguesa no Brasil. Porque era assim chamado, ao que se sabe, não ficou escrito. Aliás, o escudo, na definição léxica não é bem uma arma de guerra, mas uma peça de defesa pessoal contra golpes de espada e de lança, coisa da idade média, que chegou a dar o nome de escudeiro ao pajem que conduzia esse instrumento para os nobres. É de lembrar que se a rodela ou escudo existisse entre os nossos indígenas como arma de guerra, então, teria dado nome aos guerreiros, uma vez que todos a usariam, e, assim, teriam sido chamados, na oportunidade da guerra holandesa - "índios da rodela" ou "índios das rodelas", no seu conjunto. Bem assim, o botoque, enfeite comum a todos. Ao passo que o distintivo, simbolizando o comando, o poder, devia ser usado unicamente pelo chefe, daí, o nome - índio Rodela. Que rodela seria essa, é a dúvida.

A referência histórica, vamos recapitular, fixou-se no chefe - índio Rodela, segundo se lê em Serafim Leite. E foi a partir dele, que o nome se estendeu à tribo guerreira dos rodelas, vindo a pluralizar-se ao tempo do descobrimento - "aldeias dos índios rodela, que são muitas". No requerimento da sesmaria, cinco anos depois da ação heróica, se dizia aldeias dos índios rodela. Mais tarde o cacique se batizaria, recebendo o nome de Francisco, sendo, possivelmente, fr. Francisco de Domfront o autor do batizado. Serafim Leite anotou Francisco Pereira Rodela, quando lhe pôs na mão a catana para defender os jesuítas na oportunidade da expulsão em 1696. Devia ser o mesmo, aí por volta dos 75 anos, pouco mais, talvez 80, não se suponha demasiada a idade para a ação - os índios viviam muito, e o cacique Rodela, sendo um nobre, não deixaria sem defesa os seus frades, insultados por outros índios. E ainda era o chefe. Deu-lhe o historiador, aqui, o título de sargento-mor, quando, segundo outros registros, era capitão. Parece que sargento-mor é alguma coisa mais que capitão. Tratando-se de longevidade e ação nobre, vale lembrar que Domingos Sertão, ao lado de quem lutou Francisco Rodela na conquista do Piauí, em 1704 ainda lavrava escritura de doação de recursos e terras aos jesuítas da Bahia e estaria beirando os 90. O título de capitão, como honraria, veio-lhe na oportunidade das lutas do Piauí. A data indicada é a 29 de agosto de 1674. Quer o uso da arma de guerra tivesse originado o nome do índio e sua tribo, quer o originasse o uso da rodela do joelho como troféu de guerra, ou até o botoque, qualquer das versões, salvo pela curiosidade de saber, teria pouco significado, agora, o nome firmado para imortalizar-se - índios da rodela, aldeia dos rodelas, distrito, vila, cidade de Rodelas, sem nunca deixar de ser, igualmente, aldeia de Rodelas. A aldeia é o conjunto habitacional da gente de origem indígena, sempre destacado da povoação das raças ditas branca e morena.

Ainda lá e assim continua, apenas mudado o nome para Aldeia Tuxa. E ainda viria o nome de Sertão de Rodelas dado à extensa região ocupada pelos cariris, procás e tantas outras nações tapuias de diversas línguas, que pode ter-se originado tanto do nome do chefe guerreiro Francisco Rodela, quanto da nação dos rodelas, mais provavelmente desta, eis que, conjectura por conjectura, a comunidade está acima do indivíduo. Quem se sobressaiu nas guerras indígenas ao lado do conquistador, foi um trato guerreiro dos índios rodelas, comandado pelo Capitão Francisco Rodela, e isso, depois de haver-se distinguido na guerra holandesa. De todo o modo, a celebridade dos guerreiros rodelas fez irradiar seu nome para muitas terras...


Com o crescimento do povoado, Rodelas transforma-se em Vila, pertencendo ao Município de Glória, dele se desmembrando pela Lei nº 1.768, publicada no D.O.E em de 31 de julho de 1962, passando a ter autonomia Municipal.

Em 1988, com o enchimento do lago da barragem Luiz Gonzaga - Itaparica, a população foi transferida para a nova cidade, com infra-estrutura moderna, arquitetonicamente bem traçada, mas deixou sob o lençol d’água, parte da sua história, identidade e seu acervo cultural.

Na religiosidade, Rodelas foi sede da Freguesia (do século XVI ao século XVII) que se estendia até o Piauí. Seu padroeiro é São João Batista em contemplação a uma imagem do Santo, esculpida em pedra encontrada no leito do São Francisco.
Segundo a lenda, a imagem fora trazida para a pequena capela. No dia seguinte, sem nenhuma explicação, os frades encontraram-na no mesmo lugar de onde fora tirada. Durante 03 dias, o fato repetiu-se, só parando quando a imagem foi colocada num nincho construído de frente para o rio.

A lenda espalhou-se e com ela vieram os fiéis em busca de milagres. Consta-se que, mesmo Lampião, nas suas andanças na região, nunca entrou na então Vila Rodelas, em respeito ao seu Padroeiro São João Batista.

O Povo Tuxá
O Povo Tuxá vive principalmente na cidade de Rodelas, em uma aldeia urbana de mais de 60 casas (antiga aldeia de Rodelas). Além da aldeia na cidade, os Tuxá ocupavam diversas ilhas e em especial a Ilha da Viúva, no Rio São Francisco, que constituía seu exíguo território agrícola. A Ilha da Viúva foi submersa pela construção da hidrelétrica de Itaparica.

Com suas terras tradicionais inundadas, os Tuxá foram transferidos para três áreas, um grupo vivendo nos limites dos municípios de Ibotirama (Área Indígena Tuxá de Ibotirama), outro no município de Rodelas (Áreas Indígenas Tuxá de Rodelas e Nova Rodelas), ambos no estado da Bahia, e outro à margem direita do rio Moxotó, junto aos limites do município pernambucano de Inajá, onde se situa a Terra Indígena Tuxá da Fazenda Funil.


“É desconhecida a filiação lingüística dos Tuxá, supondo-se que a sua língua original fosse uma língua isolada.” (Anaí, 1981)

“Identificando-se como “tribo Tuxá, nação Proká, caboclos arco e flecha e maracá”, os atuais Tuxá parecem constituir uma das últimas das diversas etnias reunidas a partir do século XVII nas várias missões que se estabeleceram ao longo do curso do Baixo-médio São Francisco. A memória Tuxá registra particularmente episódios ligados à ocupação holandesa, destacando a figura de Francisco Rodelas, considerado o seu primeiro cacique, e que teria lutado ao lado de Felípe Camarão.” (Anaí, 1981)

“O ‘Toré’ e o ‘particular’ são as formas rituais encontradas entre os Tuxá e que se constituem em mecanismos diferenciadores frente à sociedade nacional. A primeira é uma manifestação pública e coletiva, aberta à participação de todos os índios, sem distinção de idade e sexo. Durante a sua realização, os cânticos e a dança são acompanhados da ingestão de jurema e do uso de cachimbos rituais, de madeira ou barro, e de um apito especial de madeira para atrair as forças protetoras da ‘aldeia’. O ‘Particular’ constitui uma cerimônia mais fechada, realizada fora dos limites da cidade, vedado a qualquer participação de pessoas não envolvidas com o ritual, restrito aos adultos Tuxá casados, homens e mulheres. A utilização de jurema e fumo é bem mais intensa nestas ocasiões, que ocorrem regularmente a cada duas semanas. (Anaí, 1981)

Em nível de participação nos eventos de caráter regional, os Tuxá promovem a ‘primeira noite’ de novenas, por ocasião da festa de São João Batista, padroeiro de Rodelas.” (Anaí, 1981)

OUTRAS ETNIAS CHEGAM A RODELAS

Muitas agremiações indígenas tem chegado ao município de Rodelas e/ou se formando a partir de seus descendentes, principalmente do Estado de Pernambuco e do interior da Bahia. A maioria destes povos vive substancialmente das oportunidades que o município de Rodelas tem gerado, principalmente com a implantação da Barragem de Itaparica e o desenvolvimento da agricultura irrigada, destaque para a cultura do coco.

A partir da década de 70, chega a Rodelas membros da etnia Fulni-ô, do município de Águas Belas, Estado de Pernambuco e com o reassentamento da Nova Rodelas, à partir de 1988 começam a migrar com mais frequência indígenas das etnias Atikum, Pankararu e Kambiwá.

Fulni-ô – O povo Fulni-ô é proveniente do município de Águas Belas/PE da região da Serra do Comunati e do Rio Ipanema, descendentes dos carnijós;


Atikum – Provenientes principalmente da região das serra das Crioulas e Umã, nos limites do atual município de Carnaubeira da Penha;


Pankararu – São provenientes dos municípios de Tacaratú e Petrolândia ocupando uma vasta área, descendentes dos Tapuias, sendo o grupo de índios mais amplo do sertão.

Kambiwá - Os Kambiwá - grupo indígena de filiação lingüística não determinada, provenientes dos municípios de Ibimirim, Inajá, Floresta/PE que habitam as regiões das Serra Negra e do Periquito;

Pankararé – Provenientes das cidades de Paulo Afonso e Gloria, no norte da Bahia.


Estas e outras etnias tem chegado ao município em menor e maior número, lutando pela sobrevivência e em busca de terras para constituir novos aldeamentos.

João Justiniano da Fonseca em seu livro, “Rodelas, Curraleiros, Índios e Missionários

Letra do Hino

HINO DE RODELAS
(OFICIAL)
(Osvaldo G. da Fonseca)



NOSSA RODELAS TEVE INÍCIO NUMA TRIBO
DE HOMENS GUERREIROS, GENTE FORTE E DE VALOR
QUE DESBRAVARAM ESSE SERTÃO BRASILEIRO
COM TRABALHO, SACRIFÍCIO, MUITA CRENÇA E MUITO AMOR.

FOI CONSTRUÍDA NAS MARGENS DO SÃO FRANCISCO
SEMPRE CRESCENDO O PROGRESSO ALCANÇOU
SEMPRE QUERIDA E ADORADA POR SEUS FILHOS
NELA ENCONTRO MEU ABRIGO, MEU TORRÃO E MEU AMOR

HOJE, RODELAS ESPERANÇA NO PROVIR
CIDADE NOVA DE CAMINHOS A FLORIR
ESSE MEU POVO ENFRETANDO DESAFIOS (BIS)
EDUCANDO E TRABALHANDO A JUVENTUDE DO BRASIL

Áudio do Hino